Os Brincantes
Coletivo Brincante
Em 2006, artistas interessados nas questões da infância, criaram o Coletivo Brincante, núcleo de investigação e pesquisa em Dança para crianças. Desde então, temos desenvolvido um trabalho específico de busca e construção de uma linguagem mais apurada, mais aprofundada na relação da arte e experimentação estética para a criança. A principal questão que nos movia e problematizava na época do surgimento desse coletivo, é de certo modo, a que, ainda, permanece como critério e parâmetro para a continuidade do trabalho de investigação - a produção artística para criança encontrada no Brasil. É necessário que contenha em seus discursos e considere a complexidade da capacidade cognitiva da criança de construir sentidos no mundo.
Nossa busca seguiu na tentativa de encontrar e construir caminhos possíveis na transformação dessa realidade, de trabalhos que colocavam a criança como alguém desprovido da capacidade da construção de significados e sentidos estéticos mais complexos. Resolvemos começar o trabalho de investigação no entrecruzamento das Ciências do Desenvolvimento Humano (afetivo, cognitivo e motor) com processos de criação em Dança. O primeiro lugar que nos chamou a atenção foram as brincadeiras e jogos infantis, o modo como essas estruturas se organizam e assumem papéis importantes dentro dos processos de desenvolvimento do ser humano. Como se tratava de processos de investigação que se davam no corpo, logo ficou evidente para nós, pesquisadores, que era o “corpo” dentro dos jogos e brincadeiras infantis que nos interessavam.
Surgiram as primeiras perguntas que nortearam o início do trabalho e que permanecem, ainda, em outros níveis de complexidade, como principal proposta e diferencial dos trabalhos artísticos desenvolvidos pelo Coletivo Brincante: Que corpo é esse? Como se organiza? Quais as relações e de que maneira as estabelece no mundo? Como gera e produz sentidos no mundo? E a pergunta que nos instigava mais ainda: Como todas essas relações promoveriam um determinado tipo de criação em Dança? Seria possível uma “Dança para Crianças”? A provocação é para que todos venham descobrir!