Não Há Porto Seguro - Por Sylviane Guilherme

14/06/2010 14:01

 

“Não há um porto seguro, futuro também não há,

 mas faz tanta diferença quando ela dança, dança.”

Geraldo Azevedo

 

Estou desconfiada que Geraldo Azevedo andou esbarrando comigo em uma esquina de paralelepípedos de Curitiba, ou talvez, que tenha me visto comprar girassol num dia de chuva dessa primavera atípica. Deve ter percebido que aquela jovem mulher luzia, e como quem dança, comumente leva uma vivacidade explícita, escreveu o que escreveu se lembrando de mim. (Risos!) Pretensões à parte, é exatamente assim que venho me sentindo nos últimos três meses, especialmente nesse último, luzindo, sorrindo, vivendo! Aos leigos me apresento: Sylviane, atualmente e felizmente, uma dos brincantes do Coletivo Brincante.

 

Diferentemente do restante do elenco, eu estava há cinco anos sem dançar. Permaneci próxima da dança como arte-educadora, mas desde o ano passado tinha a sutil sensação de que talvez eu tivesse que dançar um bocadinho mais. O sutil migrou para avassalador quando o Clayton cantou a bola: “Sylvinha filhinha, quer dançar?”.

 

Enfim, sem mais delongas, foi por conta do discorrido, bem como do vivido com o Claytô, a Silvia, o Rapha e a Bruna nos últimos tempos, que afirmo que, fazer parte do “Quando Tudo Cresceu”, hoje me faz mais inteira, mais viva, não somente por estar dançando, mas também por estar contribuindo para a superação dos legados do capital através dessa dança. Quando se propõe arte que conecta singularidades ao gênero humano, quando essa arte sintetiza um tempo e um espaço partindo do particular para o universal, e ainda promove uma sacudida na subjetividade de quem a frui, estamos transformando, construindo, revolucionando não só o indivíduo, mas a sociedade. Particularmente, tais aspectos me movem, removem e comovem. Aproximam-me da rara e remota chance de me sentir humana.

 

Aos meus companheiros brincantes dessa nova fase, muuuito obrigada!

E Axé...

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